Munícipe fala sobre o tema “Negligência no Atendimento Pediátrico do Hospital de Socorro”

por Assessoria de Imprensa publicado 04/12/2025 18h01, última modificação 04/12/2025 18h01
Anna Carolina, ao fazer uso da Tribuna Livre da Câmara Municipal, relatou o caso do filho que buscou atendimento no Hospital Doutor Renato Silva.

A munícipe Anna Carolina de Godoy Barbosa fez uso da Tribuna Livre da Câmara Municipal da Estância de Socorro, durante a sessão ordinária da última segunda-feira (1), para falar sobre o tema “Negligência no Atendimento Pediátrico do Hospital de Socorro”.

Foi relatado pela munícipe o caso do filho dela – uma criança de 10 meses em 2019 – que começou a apresentar febres altas e convulsões.  Diante desta situação, ela buscou atendimento no Hospital Doutor Renato Silva. “A equipe do pronto atendimento fez tudo o que precisava ser feito, mas a pediatra responsável não estava lá e, mesmo acionada, recusou-se a ir”, contou Anna Carolina. Conforme relatado por ela, o atendimento do filho foi realizado pela pediatra através de aplicativo de mensagem.

A criança, ainda segundo o relato de Anna Carolina, em outras vezes apresentou os mesmos sintomas e perdia os sentidos quando a temperatura corporal atingia 40 graus e, logo depois, a temperatura caía para 34 graus.

Anna Carolina, contou também que o filho dela passou por internações nas quais eram administrados antibióticos e posteriormente recebia alta. Ela conta que nunca houve um pedido de encaminhamento da criança para outras instituições.

Na pandemia, Anna Carolina relatou que os sintomas do filho dela eram confundidos com os da covid-19 e que a criança era colocada na ala destinada a contaminados com a doença. “O que eu ouvi naquele dia: ‘Ah, é a mãe daquele garoto problemático, está aí de novo’”, contou.

Ela contou que pediu à médica pediátra que fizesse um exame de sangue no filho dela para contar a quantidade de leucócitos, células responsáveis pela defesa do organismo. O pedido dela, conforme o relato, foi negado pela profissional. “Ela falou que não era para fazer exame algum no meu filho”, falou a mãe. Diante da negativa da médica, Anna Carolina decidiu pedir o exame de forma particular.

Conforme ainda o relato de Anna Carolina, uma vez ela teria buscado atendimento pediátrico para o filho pela manhã e esperou durante 11 horas a chegada da médica pediatra. “Ela [a médica] se debruçou na mesa, olhou no fundo do meu olho e falou: ‘Mãe, chega. Você não está cansada de vir aqui? Você não se cansa?’”, disse Anna. Segundo ela, a profissional teria apontado para o filho dela e dito também: “Você que está fazendo isso com ele. Ele não tem nada. Mas, mãe, acho melhor você procurar um médico, você está caçando coisa que não tem”, contou.

A mãe da criança contou que, posteriormente, buscou atendimento para o filho em São Paulo. Na capital paulista, a criança passou por um infectologista que constatou algumas infecções generalizadas na criança e encaminhou a mesma para um imunologista, que diagnosticou que o filho de Anna Carolina tinha um erro inato da imunidade. O profissional disse a ela que, se demorasse mais um pouco o diagnóstico, a criança não resistiria. “Cada antibiótico dado sem necessidade, sem uma investigação mais profunda ou um olhar mais atento só alimentou a doença”, disse Anna Carolina. A criança, após o diagnóstico, passou por tratamento semanal de imunoglobulina.

“Chega de diagnósticos empurrados, chega de mães desacreditadas e chega de profissionais que esqueceram o juramento”, disse Anna Carolina na Tribuna Livre. Ela propôs ainda aos vereadores a criação de um comitê de investigação e segurança pediátrica; de um protocolo municipal de investigação; de capacitação anual obrigatória; de um canal protegido para denúncias e de uma semana municipal de conscientização.